
É comum lembrar-se da Segunda Guerra Mundial como um palco de atrocidades terríveis, mas pouco se fala de cada episódio e batalha necessária para chegar realmente ao fim da guerra. Já ouviu falar de Dunquerque?
Esta foi a cidade na qual foi realizada a Operação Dínamo, conhece? E sabe como nela foram resgatados mais de 300 mil soldados das forças aliadas?
Hoje vamos contar essa história. Acompanhe!
O que foi a Batalha de Dunquerque?
Batalha de Dunquerque ou Operação Dínamo, como é conhecida a evacuação de Dunquerque, foi uma notável operação militar realizada durante a Segunda Guerra Mundial e considerada uma das maiores retiradas estratégicas da história militar.
Dunquerque (Dunkerque, em francês – Dunkirk, em inglês) é uma cidade portuária na França, na fronteira com a Bélgica.
Durante a Primeira Guerra Mundial foi bombardeada por diversas vezes. Mas a cidade sofreu especialmente na Segunda Guerra Mundial.
Como estava a Segunda Guerra Mundial na época?
O Japão estava em guerra com a China. A União Soviética de Stálin estava ocupada invadindo a Romênia, a Finlândia, os países bálticos e a Polônia. Os Estados Unidos assistiam de longe. Mas o cenário explosivo já tinha sido desenhado.
Nos anos anteriores, o ditador alemão Adolf Hitler, ignorou o Tratado de Versalhes e empreendeu uma política expansionista ao mesmo tempo em que investia nas Forças Armadas. Estabeleceu uma parceria com a Itália, governada por Mussolini, em 1936 e anexou a Áustria e a Tchecoslováquia em 1938.
As potências europeias não queriam entrar em outro conflito, ainda traumatizadas pela Primeira Guerra, apenas 20 anos antes. Mas, quando Hitler invadiu a Polônia em 1939, ingleses e franceses perceberam que, se não agissem, a Europa inteira poderia cair.
Em setembro, declararam guerra. Mas não houve confronto direto. Foi a chamada Guerra de Mentira.
Sem acontecer um embate com as potências, os nazistas tiveram tempo de invadir mais dois países: Dinamarca e Noruega. Até que, em maio de 1940, a estratégia mudou a direção do alvo: a Torre Eiffel.
A guerra relâmpago
Blitzkrieg é o nome do estilo de guerra que fez a fama dos nazistas. O termo, em alemão, significa “guerra relâmpago”. Os nazistas avançaram em direção à França e, em cinco dias conquistaram a Holanda.
Os belgas, apesar de não terem muita chance, lutaram por 18 dias, quando também caíram. Por isso, franceses e ingleses estavam cada vez mais acuados, nos arredores de Dunquerque.
Não havia muita esperança. Mas Hitler decidiu parar. Podia ser um desejo de preservar as tropas para a invasão de Paris, chegar a um acordo com os ingleses ou apenas mais um erro estratégico.
Por alguns dias, as divisões não avançaram, após uma sequência de vitórias fulminantes. Se as motivações políticas e das lideranças militares são nebulosas, as da linha de frente, nem tanto.
No dia 21 de maio, nos arredores da cidade de Arras, tanques e infantaria da Força Expedicionária Britânica realizaram um contra-ataque surpresa que atordoou os nazistas e confundiu o general Erwin Rommel.
Ele disse ao marechal-de-campo que sua 7ª Divisão Panzer havia sido atacada por centenas de tanques inimigos. Na verdade eram 74, e a maioria velhos e frágeis perante às máquinas alemãs.
O combate abalou o psicológico deles, e o marechal ordenou uma parada para respirar, com o consentimento do Führer.
No dia seguinte, outro general alertou que os tanques estavam se deslocando rápido demais, deixando a infantaria para trás e desprotegida. Mais uma vez, o marechal mandou parar.
Eles só retomaram o avanço em 26 de maio para tomar a França de vez. Em 14 de junho, Paris caiu, apenas 18 dias após Dunquerque. Mas aquelas 36 horas de tropas paradas foram a salvação dos Aliados.
A Batalha de Dunquerque
A batalha foi de 26 de Maio a 4 de Junho de 1940.
Os exércitos britânico, francês e belga, estavam distribuídos ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, cercados pelos alemães. As tropas exaustas, foram empurradas constantemente para trás pelos alemães. A retirada era inevitável.

De fato, na manhã de 26 de Maio de 1940 foi autorizado um recuo geral para a costa, porém os alemães perceberam a movimentação de navios de guerra e de transporte ingleses para evacuarem as tropas. Então, Hitler se reuniu com os comandantes-chefe do exército e aprovou uma ofensiva.
Três horas e meia depois, às 19h, chefes em Londres ordenaram o início da Operação Dínamo, que deveria evacuar o máximo de homens possível de Dunquerque.
A ideia era que em dois dias daria para salvar 45 mil pessoas. Neste momento entrou em cena o combate aéreo. Aviões nazistas tentam impedir o trabalho na costa, enquanto pilotos britânicos, canadenses e poloneses lutaram para manter o céu desimpedido.
Entre 25 de maio e 5 de junho, 394 aviões alemães caíram, contra 114 aliados.
Houve também combates de retaguarda no solo, para proteger o perímetro da zona de evacuação. As tropas que combatiam na cidade vizinha Calais receberam informações de que não seriam evacuadas e que cada hora a mais de resistência ajudaria o plano de Dunquerque.
Os alemães capturaram 40 mil soldados franceses e 40 mil ingleses naquele lugar. Alguns foram executados, outros sofreram maus tratos e receberam água contaminada e comida podre. “O sacrifício deles foi a salvação da nação britânica. Mas esses soldados foram esquecidos”, escreveu Sean Longden. “Enquanto aqueles que escaparam e conseguiram chegar em casa foram recebidos como heróis.”
Como foi a evacuação?
Como a praia era rasa, grandes navios não tinham como se aproximar. Então, às 222 embarcações de guerra envolvidas na operação juntaram-se 665 barcos civis.
Centenas de navios mercantes, corvetas, navios de transporte, rebocadores, navios costeiros, embarcações fluviais, salva-vidas, barcos de pesca e outras embarcações pequenas entraram no esquema.
Houve confrontos desiguais, como um vapor de rodas que transportava 600 soldados e só tinha uma peça de artilharia antiaérea que foi atacado por 12 bombardeiros de mergulho.

Mas, no fim, o “milagre de Dunquerque” aconteceu: 338.226 homens foram salvos, mais de sete vezes mais do que se almejava. Desses, 80 mil em barcos civis pequenos, transportados em grupos de seis a 200 pessoas.
Hoje sabe-se que dos 330 mil, cerca de 120 mil eram franceses. Além disso, muitos barcos civis da Bélgica e da Holanda, países já rendidos aos nazistas, se arriscaram e salvaram milhares de soldados na travessia. Fora os pilotos de outras nacionalidades, já mencionados.
Como foi o “fim” da história?
Depois de uma grande operação bem-sucedida com o que o primeiro-ministro Churchill chamou de “espírito de Dunquerque”, a Inglaterra se sentiu mais confiante. Em julho, quando os nazistas iniciaram os bombardeios na Inglaterra, Churchill ajudou o país a se preparar psicologicamente para resistir aos três meses de cerco.
Em resumo, uma pausa na intensidade da guerra permitiu a evacuação de um grande número de soldados franceses e britânicos. Mais de 300.000 homens foram evacuados apesar do bombardeamento constante. Foi “o milagre de Dunquerque”, nas palavras de Winston Churchill.
Porém, um crítico da revista de cultura escreveu: “Apesar das belas palavras sobre ‘eventos que mudaram o mundo’, Dunquerque não é uma página gloriosa da história”.
A evacuação britânica de Dunquerque recebeu o nome de código Operação Dínamo.
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