
Se você gosta de ler e estudar sobre a literatura ou a história do Brasil, com certeza já esbarrou com a carta de Pero Vaz de Caminha. A Carta foi enviada ao rei D. Manuel e contava sobre a descoberta do país.
Quer saber mais sobre os registros e as primeiras impressões da terra que depois viria a ser chamada Brasil? Acompanhe o artigo!
Quem foi Pero Vaz de Caminha?
Pero Vaz de Caminha nasceu por volta de 1450 em Porto, Portugal. Seu pai era Cavaleiro do Duque de Bragança.
Ao se tratar da sua vida profissional, ele atuou como mestre da balança da Casa da Moeda, ocupando o cargo de escrivão e tesoureiro. Mas, além disso, também foi vereador da cidade do Porto no ano de 1497.
Pero Vaz se casou com Catarina e tiveram uma filha que batizaram como Isabel de Caminha.
Quando chegaram ao Brasil, em 22 de abril de 1500, ele escreveu um documento relatando para o Rei Dom Manuel I com suas primeiras impressões das terras encontradas.
Esse relato ficou conhecido como “A Carta de Pero Vaz de Caminha” e é lembrado até hoje como um documento extremamente importante que diz muito sobre como os índios viviam antes dos portugueses chegarem.
Na literatura, esse período foi chamado de Quinhentismo e sua principal característica é a literatura de informação. Pero Vaz de Caminha, como parte desse movimento, ficou marcado pelas crônicas de viagem, os textos descritivos e informativos.
A Carta de Pero Vaz de Caminha:

A Carta De Pero Vaz de Caminha foi intitulada: “Carta a el- Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil”.
Ela foi escrita para o Rei Manuel I de Portugal, em 1.° de maio de 1500 e tinha como objetivo relatar a ele as primeiras impressões da terra que havia sido descoberta.
Para isso, Pero Vaz relata sobre o local descrevendo a paisagem, as muitas belezas da natureza brasileira. Mas o que chama atenção e é lembrado até hoje é a forma com que ele descreve os povos indígenas que habitavam na região.
A descrição dos índios feita por ele possibilitou que os europeus da época traçassem um perfil de “selvagens” a eles. Pero Vaz ressaltou a nudez e descreve a parte íntima dos índios como “vergonhas”, contando como pareciam ser inocentes até nas pinturas de seus rostos. Veja um trecho:
“Muitos deles ou quase a maior parte dos que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que andavam sem eles, tinham os beiços furados e nos buracos uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha; outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio e os dois nos cabos.“
Além disso, narra o episódio do desembarque dos portugueses na praia, o primeiro encontro entre os índios e os colonizadores, e a primeira missa que foi realizada no Brasil.
Como foi visto, na carta fica nítida a maneira com que os europeus ficam deslumbrados com a descoberta desse “Novo Mundo”.
A importância da Carta de Pero Vaz de Caminha:
Apesar de ter sido escrita no século XVI, a Carta foi descoberta muitos anos depois, no século XVIII por José de Seabra da Silva.
Entretanto, esse documento possui uma grande importância e valor tanto literário quanto na história do Brasil, já que foi a primeira carta em que o país é mencionado.
Além disso, a carta é considerada o primeiro documento redigido no Brasil, o que torna-a ainda mais marcante para o país e para a literatura.
A carta reencontrada:
Durante muito tempo, a carta de Caminha permaneceu desaparecida em meio aos arquivos da Coroa de Portugal. Ela só veio a ser reencontrada quando essa documentação veio para o Brasil com a Família Real Portuguesa, em 1808.
A carta estava no Arquivo Real da Marinha Portuguesa e foi encontrada pelo padre e historiador Aires de Casal. Casal, inclusive, foi o responsável pela primeira reprodução do conteúdo da carta em seu livro “Corografia Brasílica”, de 1817.
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