
Na última semana os filmes sobre o caso da Suzane von Richthofen estrearam no Amazon Prime Video. São dois filmes sendo eles “A Menina Que Matou os Pais”, sob a visão de Daniel Cravinhos e “O Menino Que Matou Meus Pais” sob a ótica de Suzane.
Mas quando falamos sobre filmes que abordam crimes reais, o que é de fato real e o que foi apenas adicionado ao roteiro? Acompanhe o artigo para saber mais!
O caso de Suzane von Richthofen:

No dia 31 de outubro de 2002 aconteceu o crime que chocou o mundo! O assassinato de Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen era investigado e tinha como principais suspeitos os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da própria filha do casal, Suzane von Richthofen.
De acordo com as investigações, Suzane von Richthofen, no auge de seus 18 anos, queria se ver livre dos pais. Durante o seu depoimento ela afirma que foi um crime de amor por Daniel Cravinhos. Contudo, ele nega e diz que toda ideia dos assassinatos partiu exclusivamente dela.
A promotoria defende que os dois jovens queriam viver sem a pressão dos pais de Suzane que não era a favor do namoro e desfrutar de todo luxo e conforto das riquezas que seriam deixadas como herança para a jovem.
“A Menina Que Matou os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”:

Daniel Cravinhos e Suzane von Richthofen contaram diferentes versões do crime para a polícia, cada um apresenta o seu lado da história jogando a culpa no outro. Por isso, na hora de virar filme, os produtores decidiram que as duas versões seriam apresentadas ao público.
Ambos os filmes tem início na mesma cena, a polícia chegando à casa da família Richthofen. Contudo, não há outras semelhanças entre os dois.
“A Menina Que Matou os Pais” conta a história baseando-se no depoimento de Daniel Cravinhos. O jovem conta como conheceu Suzane, como surgiu o interesse, o quanto os pais dele gostaram dela logo de cara e como de repente um se tornou tudo na vida do outro.
Após todo encanto e a paixão dos primeiros momentos juntos, Daniel começa a contar sobre o lado sombrio de Suzane. Ele define a jovem como manipuladora e melancólica, além do constante uso de drogas e a fuga das perguntas sobre a relação com os pais.
Mas, em “O Menino Que Matou Meus Pais” a história é outra. Suzane descreve Daniel como um namorado abusivo e interesseiro nas riquezas da família dela. Em relação aos pais, Suzane diz em seu depoimento que eles eram de fato rígidos e controladores, mas também afirma que Daniel era o responsável em fazê-la enxergar cada vez mais maldade em suas ações.
O que é real nos filmes?
O gênero True Crime – crime real – tem se tornado cada vez mais comum. A maioria das plataformas de streamings tem investido nesse tipo de conteúdo, tal como as minisséries e documentários da Netflix. Como seu nome já sugere, as obras são de não ficção e o autor está ali para examinar um crime real detalhando as ações de pessoas reais.
É esperado que em adaptações para cinema as histórias ganhem elementos fictícios para tornar a narrativa mais dramática. Contudo, no caso da família Richthofen os próprios diretores sempre tiveram em mente que nada pode ser mais assustador do que a própria realidade.
Os protagonistas, Carla Diaz e Leonardo Bittencourt, chegaram a dar entrevistas dizendo que eles não podiam errar absolutamente nada nas falas. É comum que atores façam improvisações de algumas falas durante as gravações, mas nesses filmes eles precisavam seguir à risca tudo o que fora colocado no roteiro para que não houvesse nenhuma distorção do que foi dito pelos criminosos na época de seu julgamento.
O escritor e roteirista dos dois filmes, Raphael Montes, ressaltou a preocupação de toda a equipe em entregar um trabalho verdadeiro. “Como estamos falando de histórias reais e pessoas reais, tínhamos que ser muito precisos”, explicou ele em entrevista ao AdoroCinema.
Além disso, os atores também chegaram a contar em entrevistas que as cenas em que os personagens apareciam fumando também eram verdadeiras!

“Arquivos Richthofen e Arquivos Nardoni: Abra os arquivos policiais”
Antes do crime virar filme, o caso da família Richthofen também foi abordado no livro de Ilana Casoy, criminóloga e escritora brasileira.
Em um único livro ela traz detalhes do casal Richthofen e de Isabella Nardoni, apresentando então a visão de quem estava nos bastidores dessas investigações.
No livro são abertos os cadernos de anotações utilizados durante a pesquisa na Polícia Civil, Científica e Ministério Público dos dois crimes.
E vale ressaltar que esse livro foi utilizado como base para o roteiro dos filmes “A Menina Que Matou os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, contando com Ilana Casoy também nos bastidores da obra cinematográfica.
Além desse crime, muitos outros também chocaram o país. Sejam eles envolvendo corrupção na política, roubos ou assassinatos em massa. O que eles têm em comum é como são julgados, quer saber mais sobre o conjunto de normas que regem o Direito Penal? Então leia: Por que o Direito Penal faz parte do Direito Público? Entenda!