Halloween e o conflito com o folclore nacional | Blog Unigran Net

Em todo mundo o Halloween é celebrado, muitos se fantasiam, fazem festas e em alguns países há o famoso “gostosuras ou travessuras?”. Mas, com a força que a data ganhou, a inversão cultural se fortaleceu e em 2003, um novo projeto de lei intitula o dia 31 de outubro como o Dia do Saci, um dos mais famosos personagens do folclore nacional.

O Saci é uma lenda que traz tradições principalmente do Sul e do Sudeste do Brasil, assim como os demais personagens do folclore nacional que manifestam as diferentes culturas que formam esse país tão diverso. Mas, por vezes, ao abraçar tanto o modelo de vida americano, eles são esquecidos. 

Que tal lembrar um pouco de alguns deles hoje? 

Folclore como identidade nacional:

O folclore brasileiro é um dos mais ricos do mundo, isso porque ele vai além de personagens e fábulas. As histórias carregam a representação dos diferentes povos que formam o Brasil.  

É a junção de etnias e culturas que faz com que o folclore seja tão importante e visto como uma verdadeira identidade nacional. 

A sabedoria presente no conjunto de lendas e provérbios geralmente é o que orienta comunidades locais que vivem de acordo com determinada tradição que já vem de anos.

Além disso, pode-se destacar o poder da manifestação da cultura brasileira com as danças folclóricas, encenações como bumba-meu-boi e congada, superstições, artesanatos, ditados populares, crenças religiosas e até algumas festas populares. 

E qual o objetivo do folclore? Bom, isso é simples! O folclore tem como seu maior objetivo educar a sociedade! As histórias de vida dos diferentes personagens apresentam o que é importante para cada região e cada povo, mas também sobre tudo o que forma a essência real do Brasil, uma mistura bonita e incomparável!

Conheça agora alguns deles:

Saci-Pererê:

Começando pelo Saci, afinal, hoje é dia dele, né? O Saci é uma das figuras mais populares do folclore brasileiro. 

Ilustração Saci (Fonte da Imagem: Toda Matéria).

A sua lenda vem lá das tribos indígenas. O personagem é retratado como um menino negro que tem uma perna só. Com ele sempre está o seu cachimbo e gorro vermelho. 

Habita as florestas e tem como grande característica ser muito travesso e pregar peças nas pessoas. O próprio redemoinho é tido como obra do Saci para levantar a folhagem e espalhar sujeira.

A lenda também conta que é possível capturar o saci. Para isso, basta lançar um certo tipo de peneira no meio do redemoinho. Aquele que captura o saci deve retirar o gorro de sua cabeça para que ele perca seus poderes sobrenaturais. 

Sereia Iara:

Com origem indígena, oriunda da região amazônica, a lenda da sereia Iara ou da Mãe d’água é outra das muito conhecidas em todo território nacional. 

Seu próprio nome de origem indígena significa “aquela que mora nas águas”. Sendo então uma sereia, metade mulher e metade peixe, a Iara vive nas águas amazônicas. 

A lenda a descreve com cabelos pretos longos e olhos castanhos. Ela emite uma melodia que atrai os homens que entram em uma espécie de hipnose pelo seu canto suave. 

Acredita-se que se o homem que consegue escapar dos encantos da sereia acaba ficando louco. A lenda ainda acrescenta que, nesse caso, ele pode ser curado por um pajé.

Boto-cor-de-rosa:

Protagonista de uma das lendas mais conhecidas na Região Norte do Brasil, o Boto-cor-de-rosa é capaz de se transformar em um belo homem charmoso, que dança bem e possui uma conversa sedutora. 

Há quem diga que o símbolo de luxúria é o que melhor define a lenda do Boto-cor-de-rosa. Isso porque o seu objetivo é usar todas essas qualidades para conquistar mulheres, engravidá-las e depois abandoná-las. 

Claro que assim como a maioria das lendas do folclore, há diferentes versões espalhadas pelo Brasil. Uma delas diz que o Boto-cor-de-rosa apenas vai atrás de mulheres em épocas específicas do ano, sendo elas: Lua cheia e em junho, quando acontecem as festas de Santo Antônio, São Pedro e São João. 

Curupira: 

Ilustração do Curupira (Créditos: Marcus Maia)

O guardião da floresta, esse é o título que melhor define a lenda do curupira. Atuando como um verdadeiro segurança de toda a natureza, o curupira é pequeno, tem cabelos vermelhos como fogo e seus pés são posicionados ao contrário. 

A punição do Curupira caí sobre todos aqueles que vão fazer mal à floresta.  Contudo, vale a pena ressaltar que a lenda deixa claro que ele só pune aqueles que vão com intuito de destruir a floresta por prazer. Aqueles que caçam ou derrubam árvores para própria sobrevivência não sofrem punição. 

Como um de seus poderes para afastar os caçadores, ele tem um assovio alto e ensurdecedor. Isso faz com que as vítimas do curupira fiquem atordoadas pelo som e por não saber de onde e quem está emitindo-o. 

Boitatá:

Boitatá é um personagem do folclore brasileiro de origem tupi. A lenda diz que ele, assim como Curupira, também defende as florestas. 

Se apresenta como uma cobra de fogo que expele suas chamas em todos aqueles que aparecem para destruir a natureza. Cheia de luz, a cobra possui vários olhos e uma das justificativas para isso era ela ter ingerido a pupila de muitos animais.

Ainda que o personagem tenha basicamente a mesma motivação em todos os lugares, ele sofreu algumas variações. No Rio Grande do Sul, por exemplo, ele matava animais que cruzavam seu caminho. Já em Santa Catarina, ao invés da cobra, ele é touro com um enorme olho na testa. 

Cidade Invisível e o folclore nacional:

Em fevereiro de 2021 a série da Netflix “Cidade Invisível” foi um grande sucesso e manifestava a história de alguns dos personagens do folclore nacional. 

(Fonte da Imagem: Glb IMG).

A trama conta uma história investigativa envolvendo o protagonista Eric, um policial que quer, a todo custo, descobrir quem são os responsáveis pela morte trágica da sua esposa. 

Com essa busca incansável por justiça, ele descobre que há entidades vivendo entre os humanos. Durante os episódios, os telespectadores são apresentados a história do Boto-cor-de-rosa, Saci-Pererê, Iara, Curupira, Tutu e até a Cuca.

Se você é um grande fã de maratonar séries e quer ver um pouco mais sobre essa temática em uma narrativa envolvente, a série está disponível na Netflix e tem apenas sete episódios. Rapidinha para você ver tudo no fim de semana, viu?

Por fim, vale lembrar que o objetivo não é fazer com que as crianças não celebrem as festividades de fora, mas sim que também entendam e encontrem as riquezas das lendas de seu próprio país.

Ah e se você gosta de conhecer as lendas famosas ao redor do mundo, leia também: Medusa: A história por trás da lenda


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