
Cirurgias como rinoplastia e lipoaspiração são muito comuns atualmente, mas você sabe por que e como elas surgiram?
Nesse artigo você terá contato com os primórdios da cirurgia plástica e todo o movimento que nos levou a termos o modelo de operações que temos hoje.
A Primeira Cirurgia
A cirurgia plástica moderna surgiu como uma resposta aos traumas causados pela Primeira Guerra Mundial. O grande número de feridos exigiu soluções inovadoras para restaurar as vidas das vítimas e, com isso, em 1917 foi realizada a primeira cirurgia plástica facial.
Ainda era um grande desafio para os médicos encontrar maneiras de cultivar tecido para preencher as lacunas causadas por explosões. E assim, a partir da percepção de Sir Harold Gillies, pai da cirurgia plástica moderna, que houve entendimento de que as feridas precisavam ser fechadas com tecido de outros lugares do corpo.
Desta forma, seria possível restabelecer funcionalidades corporais e dar uma aparência mais “normal” para que os soldados pudessem retomar suas vidas.
A Técnica de Gillies:
A técnica de Gillies, consistia na retirada de um tubo de pele saudável de um local não atingido, sendo este geralmente peito ou costas. Então o processo era conectar uma das extremidades do tubo ao local em que o transplante seria realizado, tudo isso sem interromper o fluxo sanguíneo.
Walter Yeo foi o primeiro paciente a ser submetido a uma cirurgia plástica e, foi também o primeiro paciente tratado por Gillies com essa técnica. Ele havia sofrido um acidente com uma arma que resultou em profundas queimaduras e na perda das pálpebras inferiores e superiores.
Com material do corpo do próprio paciente, Gillies e sua equipe conseguiram bons resultados ao trabalhar com retalhos e enxertos de pele e ossos das costelas transplantadas.
Sir Gillies e seu sobrinho Archibald McIndoe aperfeiçoaram ainda mais estas técnicas em soldados feridos durante a Segunda Guerra Mundial. Principalmente em ferimentos que deixariam pessoas desfiguradas e sem funções básicas do corpo, como fechar os olhos ou a boca, sendo esses os exemplos clássicos da cirurgia plástica reconstrutiva.
Além disso, Gillies foi também foi responsável pela primeira cirurgia de redesignação sexual de feminino para masculino. O procedimento ainda continua em uso nos dias atuais para construção de pênis em pacientes transgênero.
Mas, uma vez que houve a percepção que a técnica era funcional, os cirurgiões plásticos começaram a manipular tecidos em pessoas que não tinham ferimentos graves, apenas a fim de uma aparência melhor, criando assim a cirurgia plástica estética.
Inicialmente este tipo de procedimento era muito caro e, consequentemente, só atendia a elite ou os atores famosos de Hollywood. Cirurgias plásticas estéticas comuns nos anos 1940 e 1950 eram rinoplastias e facelifts.
Cuidados essenciais
Apesar de focar primariamente em cirurgia plástica facial e reparadora, os interesses de Gillies também se expandiram para o uso de retalhos, cirurgia microvascular e correção de amputação de membros.
Como outros cirurgiões, Gillies reconhecia que as ciências por vezes necessitam das guerras para evoluir. Além disso, interessava-se pelo tratamento cirúrgico, com enxertos e retalhos pediculados, de pacientes com lesões por radioterapia externa, modalidade que à época era utilizada para as mais diversas patologias – desde remoção cosmética de pelos axilares, bócio exoftálmico, lúpus, psoríase, além de tumores abdominais e ginecológicos.
Foi fortemente a favor da abordagem multidisciplinar no cuidado pré e pós-operatório dos pacientes. Um dos comandos mais conhecidos de Gillies é “nunca faça hoje o que pode ser honradamente feito amanhã”. Com isso, relembrava a necessidade de adequado preparo pré-operatório para obter bons resultados.
O que talvez possa ser o mais importante comando é “mantenha registros” – incluindo anamnese, exame físico detalhado e bem descrito, além de fotografias pré e pós-operatórias.

Graças a bons resultados do passado, atualmente existem outras vertentes sendo realizadas, como rinoplastia (alteração do tamanho e formato do nariz), mastopexia e abdominoplastia (redução de seio e abdômen, comum em ex-obesos) e correção de ginecomastia (redução de mamas masculina).
Além disso, existem as cirurgias de reparação, como a reconstrução da mama em caso de câncer ou outra condição, e também correção de cicatrizes, sejam elas cirúrgicas ou acidentais.
Porém, as duas cirurgias plásticas estéticas mais realizadas no Brasil hoje são a lipoaspiração e a mamoplastia (implante de prótese de silicone nos seios).
Importante!
A cirurgia plástica costuma ser física e emocionalmente gratificante. Mas é importante relembrar que: seja reparadora ou estética, visa o bem estar dos pacientes. Portanto, ao se decidir por uma cirurgia, busque profissionais qualificados que atendem em hospitais que oferecem segurança para a realização do procedimento.
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