
A realidade feminina dentro do mercado de trabalho é bastante complexa e repleta de lutas. Desigualdade salarial ou cobranças excessivas podem ser elencadas como as principais problemáticas, mas a lista se estende quando analisada com mais atenção.
Claro que muita coisa já mudou ao decorrer dos anos. Contudo, mesmo que muito tenha mudado, ainda existe um longo caminho pela frente e muitas mudanças desejadas.
Acompanhe o artigo para entender um pouco mais a respeito dos desafios e avanços da mulher no mercado de trabalho.
O contexto histórico dessa pauta
Antes de analisar o presente, é preciso entender o passado. Partindo desse ponto, o ato de trabalhar, para uma mulher na era medieval, significava preparar refeições, cuidar de enfermos, limpar e executar outras tarefas da casa.
Já ao final desse período, as mulheres passaram a dividir seu tempo entre trabalhar fora e dentro de casa. Porém, sem ter seus nomes publicados, mas sendo substituídos para “autor fantasma” ou “autoria anônima”.
Portanto, foi só após o período da revolução industrial que houve novas consequências para a esfera feminina. O capitalismo trouxe fábricas que permitiram que as mulheres trabalhassem em atividades similares às domésticas, como limpar ou cozinhar.

Ah! E a luta de gênero não era igualmente travada pelas mulheres negras que eram ainda mais inferiorizadas e vistas como uma forma de gerar mais escravos. Situação essa que só começou a mudar em 1871, com a Lei do Ventre Livre que tirava das mulheres negras a necessidade de engravidar oferecendo o mínimo de segurança a elas.
A partir de 1921 as leis trabalhistas começam a surgir e com a redução da jornada de trabalho para 44 horas semanais a mulher pode encontrar algum tipo de descanso.
Em 1923 as mulheres conquistam o direito de votar por força do movimento sufragista, causando um grande impacto a essa luta feminina.
Já em 1975, lentamente a ideia de que a mulher representava o “sexo frágil” passou a mudar. No mercado de trabalho, as mulheres foram subindo lentamente na linha hierárquica que, até os dias atuais, exige atenção.
Por fim, no momento atual, a globalização exigiu que o mercado de trabalho pudesse contar com o maior número de pessoas possível, abrindo assim um caminho mais humano para as mulheres.
Os desafios atuais das mulheres no ambiente corporativo
A partir da história conseguimos entender que o cenário atual foi construído com muita luta e dificuldade. A transformação exige um tempo, paciência e, infelizmente, a vida de muitos, já que houve um tempo que discordar não era permitido, ainda mais sendo uma mulher.
Agora, no século XXI, as mulheres já conquistaram muitos direitos. Desde o estudo até as possibilidades de trabalho. O que antes era um ambiente exclusivamente masculino, passou a ter uma presença feminina cada vez maior.
Entretanto, mesmo estando presente no mercado e após tantos anos de avanço, dificuldades ainda são enfrentadas e é preciso falar sobre isso para abrir os nossos olhos como sociedade.
É sabido que o avanço vem a partir de debates, posicionamentos e lutas. Assim, o momento agora é outro, mas ainda existe lugar para uma evolução.
Mulheres em cargos de liderança:
Mesmo no momento atual, ainda existe uma cultura de resistência em colocar mulheres no cargo de liderança. De mesmo modo, o desafio ainda fica um pouco maior quando se fala a respeito da desigualdade salarial referente a esses mesmos cargos.
Mulheres representam 43% de todos os trabalhadores brasileiros, mas a sua presença tem uma porcentagem muito mais baixa conforme subimos o nível hierárquico dentro das corporativas.
Mas na contramão desses resultados, está o fato de que as mulheres tendem a ter um nível de escolaridade superior à da maioria dos homens. O que fortalece a ideia de que elas não estarem presentes em cargos de liderança não se justifica pela sua falta de preparo ou estudo.
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Discurso que não condizem com a prática:
A diversidade e um abraço às minorias virou moda nos últimos anos. Muitas empresas desejam se posicionar como verdadeiras aliadas a esses grupos da sociedade, pregando uma igualdade.
Os discursos, por sua vez, são muito bonitos e precisam ser feitos para que debates importantes como esse não sejam esquecidos ou apagados. Contudo, ainda que bonitos, os discursos, muitas vezes, não condizem com a realidade dessas empresas.
Por isso, na hora de consumir ou até mesmo na hora de se candidatar a uma vaga, é preciso não apenas ler as matérias de diversidade publicada pela empresa. Mas também pesquisar sobre quem são os colaboradores, a quem estão atribuídos os cargos de liderança e comparar a fala com a prática.
Cobrança exagerada:
Também como bagagem de uma história em que as mulheres eram constantemente oprimidas e deixadas de lado pela sociedade, até hoje se é carregado uma cobrança exagerada na presença feminina dentro das empresas.
É como se as mulheres tivessem uma necessidade de provar constantemente o seu valor e o porquê são capacitadas para estar naquela vaga, diferente do gênero masculino que não sente essa pressão.
E esse também é um dos desafios da mulher dentro do ambiente corporativo que exige uma discussão maior e um olhar mais atento de gestores, diretores e gerentes.
Esses comportamentos advém de uma história que, na era medieval, era comum silenciar mulheres, diminuir seus feitos ou resumi-las a afazeres domésticos. Muito dessa cultura foi crescendo e sendo passado a frente e, mesmo que camuflado, ainda existem pensamentos e falas que foram culturalmente normalizadas.
A forma de combater tudo isso não é simples, mas precisa ser constante! Os debates e diálogos sobre essas problemáticas precisam acontecer para abrir os olhos de mulheres que estão em situações como essas, mas também para mostrar para as empresas que certos comportamentos já não são mais aceitos na sociedade atual.